Um ano depois da tragédia em Brumadinho as pessoas estão tendo adoecimento mental



Depois de um ano da tragédia de Brumadinho, a secretária municipal de saúde relatou que as pessoas ficaram com sequelas graves, como por exemplo, muitos tentaram se matar, aumentou o consumo de antidepressivos, entre outros fatores. 

“Essa tragédia, esse crime, isso fez com que despertasse um movimento mental que tem adoecido as pessoas. Sensivelmente, é perceptível o adoecimento mental de grande parte da população”, diz o secretário Municipal de Saúde, Júnio Araújo.

O aumento de antidepressivos cresceu cerca de 59%, a taxa de suicídio passou de 1 para 5. E as tentativas de se matarem passou de 29 para 47 pessoas. 

“Quando a tentativa do autoextermínio não chega a êxito, a família, a própria pessoa tem vergonha de procurar o serviço [de saúde]. Dentro da família, eles tentam esconder e só vão à unidade de saúde quando a situação é mais gravosa”, explica.

A doméstica Vicentina Moreira do Prado, de 42 anos, traz nas mãos as marcas de sentimentos que surgiram após a tragédia em que perdeu uma prima, além de amigos. São feridas provocadas por mordidas.

“O psicólogo falou que, como eu não tenho ninguém para desabafar, eu estou mordendo a mão", conta.

Segundo Vicentina, como grande parte da cidade está em luto, ela não se sente à vontade para falar dos sentimentos. "Porque, eu chego em Brumadinho, eu vou conversar com meus amigos, todo mundo perdeu alguém. O meu marido, trabalha na Vale, eu não posso conversar com ele porque ele perdeu muito amigo também. As minhas crianças são pequenas. Então, todo mundo que eu vou conversar sempre perdeu alguém lá na Vale”, fala.

Segundo a Vale aproximadamente 600 famílias estão tendo um acompanhamento médico. 

“Como se trata de um luto coletivo, os esforços voltados à saúde emocional devem envolver não só um trabalho direcionado aos familiares, mas à população como um todo”, afirma mineradora por meio de nota.
Ainda segundo a Vale, a empresa assinou acordo de cooperação com a prefeitura para repasses que já totalizam R$ 32 milhões destinados, exclusivamente, à ampliação da assistência de saúde e psicossocial no município. Em 2019, foram realizados mais de 18 mil atendimentos médicos e acolhimentos psicossociais à população.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Nota de esclarecimento da Sygo

RS está sob alerta de temporais

Ator Sidney Sampaio tem alta de hospital após queda do hotel